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História da Fazenda Favacho

A história do Favacho começa com Antônio Rodrigues da Fonseca, morador no caminho velho da Estrada Real , quando recebeu uma sesmaria de 4 léguas (26Km²) em 28 de abril de 1725. Esse vendeu suas terras ao capitão José Francisco Nunes, mas por razões desconhecidas, talvez por não poder cultivar e desenvolver suas terras, perdeu o título da sesmaria. Posteriormente, em 1754, o coronel José Vieira de Almeida e sua esposa Ana Maria de Oliveira receberam o título da sesmaria do Favacho. O casal viveu uns 30 anos na fazenda e foram eles que construíram a sede da fazenda e a Capela São José do Favacho, benta em 1761 (Mattos, 2004).

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Depois da morte do coronel em 1782 a fazenda foi herdada por sua mulher e sobrinhos, pois o casal não teve filhos, sendo João Francisco Junqueira, proprietário da vizinha sesmaria do Campo Alegre, avaliador no inventário (conforme testamento e inventário arquivados no Museu Regional de São João do Rey).

João Francisco Junqueira adquiriu a sesmaria do Favacho da viúva Ana Maria de Oliveira, unindo o Favacho com a história dos "Junqueira", que é considerado berço da família.

 

Como exemplo da importância do Favacho, em censo realizado em 1825, a fazenda albergava uma população de 1.200 pessoas. População maior que do arraial da Encruzilhada (Mattos, 2004).

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Família Junqueira.

Nascido em 14 de novembro de 1727 em São Simão da Junqueira, Portugal, o patriarca da família João Francisco Junqueira imigrou ao Brasil em 1747 com pouco mais de 20 anos. Em 1758 casou-se com Elena Maria do Espírito Santo, em São João del Rey e em 1764 se mudaram para comarca de Rio das Mortes, distrito do Favacho. Lá recebeu a sesmaria do Campo Alegre, construiu a sede da fazenda e viveu até a sua morte. (Mattos, 2004).

O patriarca teve 7 filhos, dos quais o primogênito João Francisco, herdou a Fazenda Favacho, e o caçula Gabriel Francisco, barão de Alfenas, herdou a fazenda Campo Alegre, mas todos tiveram uma grande descendência que se espalhou pelo Brasil inteiro sendo hoje aproximadamente 100.000 os "Junqueira" descendentes do patriarca.

Os descendentes de João Francisco Junqueira Filho herdaram o Favacho por 5 gerações até que em 1982 José Mário Junqueira de Azevedo e sua esposa Lucia Junqueira de Azevedo compraram a fazenda e continuaram preservando o berço da família.

Cavalo Mangalarga.

 

Gabriel Francisco Junqueira, o Barão de Alfenas, depois de ganhar em 1812 um garanhão da raça Alter Real de D. João VI, iniciou o cruzamento com éguas selecionadas da fazenda Campo Alegre, dando origem à uma nova raça.

Como consta nos registros da Coudelaria Real de Cachoeira do Campo, MG entre os anos de 1821 até 1827, aparece o registro de um cavalo não pertencente à Coudelaria, o “Cavalo Junqueira”, de propriedade do Barão de Alfenas (Mattos, 2004).

Foi seu sobrinho José Frauzino Junqueira, na Fazenda Favacho, que selecionou cavalos refinados, desenvolvendo um animal dócil, resistente e cômodo, com o andar macio e capacidade para percorrer longas distâncias. Dando origem à  uma raça de cavalos genuinamente brasileira, os cavalos Mangalarga.

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Mais tarde, parte da família migrou para o Estado de São Paulo fazendo a viagem de aproximadamente 500 km montados nesses cavalos.

Chegando no interior de São Paulo, se instalaram na Fazenda Invernada, município de Orlândia.

Com a necessidade de se adaptar à nova geografia, os cavalos levados do sul de Minas Gerais passaram por uma seleção funcional com cruzamentos com outras raças como o Puro Sangue Inglês e o cavalo Árabe, diferenciando-se dos cavalos que continuaram a ser criados em Minas Gerais.

A partir daí se originou duas vertentes da mesma raça, o Mangalarga Marchador e o Mangalarga Paulista.

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